sexta-feira, 30 de abril de 2021

Atividade - 8º ano :)

 

Atividade – Termos coesivos

 

Como estudamos, o texto de cunho argumentativo possui uma série de recursos coesivos que fornecem coerência ao texto (Sentido e compreensão entre frases, períodos e parágrafos). A partir dos seus conhecimentos sobre conectivos, reescreva as frases fazendo a substituição dos termos abaixo:

Caso seja necessário, altere a frase.

 

1)Estão todos aprovados porque as alterações climáticas são terríveis.

 

2)Os mares estão tão poluídos que os animais morrem pela ingestão de plásticos.

 

3) Medidas urgentes devem ser tomadas a fim de que se salve o planeta.

 

4)Todos os países estão tomando as medidas corretas para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, portanto veremos melhoras em breve.

 

5)Todos os países prometeram cumprir as metas, porém poucos conseguiram.

 

6)O país assinou o Acordo de Paris, mas não cumpriu as metas.

 

7) Mesmo que alguns países abandonem o Acordo, é importante controlar a emissão de gases de efeito estufa.

 

8)Os acordos têm sido realizados, além disso, metade da população votou em favor do projeto.

 

 

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Sem parágrafo e sem pontuação: Confusão!

 Reescreva o texto acrescentando parágrafos e inserindo a pontuação necessária:

 

A Bela e a Fera

 


 Há muitos anos em uma terra distante viviam um mercador e suas três filhas a mais jovem era a mais linda e carinhosa por isso era chamada de Bela um dia o pai teve de viajar para longe a negócios reuniu as suas filhas e disse não ficarei fora por muito tempo Quando voltar trarei presentes. O que vocês querem

As irmãs de Bela pediram presentes caros enquanto ela permanecia quieta

O pai se voltou para ela dizendo e você Bela o que quer ganhar

Quero uma rosa querido pai porque neste país elas não crescem

O homem partiu conclui os seus negócios pôs-se na estrada para a volta tanta era a vontade de abraçar as filhas que viajou por muito tempo sem descansar estava muito cansado e faminto quando a pouca distância de casa foi surpreendido em uma mata por furiosa tempestade que lhe fez perder o caminho desesperado começou a vagar em busca de uma pousada quando de repente descobriu ao longe uma luz fraca com as forças que lhe restavam dirigiu-se para aquela última esperança.

Chegou a um magnífico palácio o qual tinha

o portão aberto e acolhedor bateu várias vezes

mas sem resposta então decidiu entrar para esquentar-se e esperar

 os donos da casa o interior realmente era suntuoso ricamente iluminado e mobiliado de maneira esquisita

O velho mercador ficou defronte da lareira para enxugar-se e percebeu que havia uma mesa para uma pessoa com comida quente e vinho delicioso

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Atividade - 8º ano

 

Ache os 5 erros de Concordância nominal!

Como se mede uma pessoa?


Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento.

Ela é enorme para você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravada.

É pequena para você quando só pensa em si mesma, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.

Uma pessoa é gigante para você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto.

É pequena quando desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesmo.

Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês. Uma pessoa pode ser meia diferente, mas a essência permanece em meio ao caos.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será que ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro na sua medições?

Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoa se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, e sim de ações e reações, de expectativas e frustrações.

Uma pessoa é única ao estender a mão e, ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificante.

Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.

terça-feira, 20 de abril de 2021

Extremos da Paixão - Caio Fernando Abreu

 


“Não, meu bem, não adianta bancar o distante, lá vem o amor nos dilacerar de novo…”

Andei pensando coisas. O que é raro, dirão os irônicos. Ou “o que foi?” – perguntariam os complacentes. Para estes últimos, quem sabe, escrevo. E repito: andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro(a)- mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor – essa pessoa – continua vivo(a), há então uma morte anormal. O NUNCA MAIS de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter NUNCA MAIS quem morreu. E dói mais fundo- porque se poderia ter, já que está vivo(a). Mas não se tem, nem se terá, quando o fim do amor é: NEVER.

Pensando nisso, pensei um pouco depois em Boy George: meu-amor-me-abandonou-e-sem-ele-eu-nao-vivo-então-quero-morrer-drogado. Lembrei de John Hincley Jr., apaixonado por Jodie Foster, e que escreveu a ela, em 1981: “Se você não me amar, eu matarei o presidente”. E deu um tiro em Ronald Regan. A frase de Hincley é a mais significativa frase de amor do século XX. A atitude de Boy George – se não houver algo de publicitário nisso – é a mais linda atitude de amor do século XX. Penso em Werther, de Goethe. E acho lindo.

No século XX não se ama. Ninguém quer ninguém. Amar é out, é babaca, é careta. Embora persistam essas estranhas fronteiras entre paixão e loucura, entre paixão e suicídio. Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira: compreendo sim. Mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe, berrando de pavor para o mundo insano, e que embarcarei sozinho num caixão rumo a sei lá o quê, além do pó. O que ou quem cruzo entre esses dois portos gelados da solidão é mera viagem: véu de maya, ilusão, passatempo. E exigimos o terno do perecível, loucos.

Depois, pensei também em Adèle Hugo, filha de Victor Hugo. A Adèle H. de François Truffaut, vivida por Isabelle Adjani. Adèle apaixonou-se por um homem. Ele não a queria. Ela o seguiu aos Estados Unidos, ao Caribe, escrevendo cartas jamais respondidas, rastejando por amor. Enlouqueceu mendigando a atenção dele. Certo dia, em Barbados, esbarraram na rua. Ele a olhou. Ela, louca de amor por ele, não o reconheceu. Ele havia deixado de ser ele: transformara-se em símbolosem face nem corpo da paixão e da loucura dela. Não era mais ele: ela amava alguém que não existia mais, objetivamente. Existia somente dentro dela. Adèle morreu no hospício, escrevendo cartas (a ele: “É para você, para você que eu escrevo” – dizia Ana C.) numa língua que, até hoje, ninguém conseguiu decifrar.

Andei pensando em Adèle H., em Boy George e em John Hincley Jr. Andei pensando nesses extremos da paixão, quando te amo tanto e tão além do meu ego que – se você não me ama: eu enlouqueço, eu me suicido com heroína ou eu mato o presidente. Me veio um fundo desprezo pela minha/nossa dor mediana, pela minha/nossa rejeição amorosa desempenhando papéis tipo sou-forte-seguro-essa-sou-mais-eu. Que imensa miséria o grande amor – depois do não, depois do fim – reduzir-se a duas ou três frases frias ou sarcásticas. Num bar qualquer, numa esquina da vida.

Ai que dor: que dor sentida e portuguesa de Fernando Pessoa – muito mais sábio -, que nunca caiu nessas ciladas. Pois como já dizia Drummond, “o amor car(o,a,) colega esse não consola nunca de núncaras”. E apesar de tudo eu penso sim, eu digo sim, eu quero Sins.

 

ABREU, Caio F. O Estado de S. Paulo, 08/07/86

Interpretando o Diário do Greg... 6ºANO

 


Terça-feira

Não sei se já falei isso antes, mas eu sou SUPERBOM no videogame. Aposto que, no mano a mano, eu venceria qualquer um da minha turma.

Infelizmente, o papai não dá muito valor às minhas habilidades. Ele está sempre no meu pé, querendo que eu saia e faça alguma coisa “ativa”.

Então, hoje, depois do jantar, quando o meu pai começou a me chatear para sair, eu tentei explicar como dá para praticar esportes como futebol e basquete com o videogame, sem ficar todo suado e com calor.

Mas, como sempre, o papai não sacou a minha lógica. Papai é um cara bem esperto em geral, mas quando se trata do senso comum, às vezes eu tenho minhas dúvidas.

Tenho certeza de que ele desmontaria meu videogame se conseguisse descobrir como, mas, por sorte, as pessoas que constroem essas coisas fazem elas à prova de pais. Jeff Kinney.

Diário de um banana. São Paulo: Vergara e Riba, 2008. p. 24.


EXPLORANDO O GÊNERO:


QUESTÃO 01. O menino escreve no diário que venceria qualquer um no videogame. Qual palavra ele usa para mostrar sua habilidade?


QUESTÃO 02. Pensando em uma linguagem mais formal, que palavra você usaria para substituir essa?


QUESTÃO 03. Por que o pai não dá valor à habilidade do menino em jogar videogame?


QUESTÃO 04. O menino deu uma explicação que não convenceu o pai. Qual foi a explicação?


QUESTÃO 05. O garoto diz: “o papai não sacou a minha lógica”. Explique essa frase com suas palavras. 

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Crônica argumentativa

 

No interessante Onde Encontrar a Sabedoria? (Ed. Ponto de Leitura), o respeitado crítico norte-americano Harold Bloom observa que, ao longo do tempo, as pessoas sempre recorreram aos livros e aos autores famosos com o objetivo de se tornarem mais sábias. Leitura, esse era o raciocínio, pode ser uma coisa difícil, mas o esforço valeria a pena se, como resultado, a pessoa se tornasse mais sábia. Cabe, contudo, a pergunta: será que este é um sonho comum à humanidade? Será que todos nós queremos a sabedoria? Será que no Brasil, em particular, é este um ideal?

Tenho minhas dúvidas. Sabedoria é uma condição que resulta de uma profunda compreensão do mundo e da condição humana. Nós não nascemos sábios, não nascemos com esta compreensão; temos de adquiri-la através da vida, e isso se faz mediante conhecimento (daí a necessidade da leitura) mas também graças ao “insight”, o “conhece-te a ti mesmo”, de Sócrates, mediante o qual aprendemos a não nos deixarmos iludir por nossa arrogância, a reconhecer nossas limitações e defeitos, a pensar e a agir de forma serena e desapaixonada. Agir, sim; sabedoria não é só pensar bem, não é só ter conhecimento e entender as coisas. Sabedoria é agir bem, resolvendo os problemas de forma eficaz, mas de forma ética, decente.

Um componente importante da sabedoria é a inteligência, a palavra que vem do latim e quer dizer entendimento. A pessoa inteligente entende, mediante o raciocínio e a experiência, as coisas, mesmo complexas. É uma habilidade que, diferente da sabedoria, pode ser avaliada, e até quantificada; daí os testes de inteligência, incluindo o famoso QI, quociente de inteligência, aliás objeto de controvérsia nos últimos anos.

Ser inteligente não é ser sábio: na sabedoria o furo está mais acima. A pessoa inteligente nem sempre age bem; a história da humanidade está cheia de vigaristas que aplicavam e aplicam golpes inteligentíssimos (os hackers, por exemplo). No fim essas pessoas se dão mal, exatamente porque lhes falta esse conhecimento maior que é a sabedoria.

Isso é ainda mais verdadeiro no caso da astúcia, que não é sabedoria nem inteligência. É uma coisa menos sofisticada, mais primitiva, daí porque, nas fábulas, é simbolizada por um animal, a raposa. A raposa não é sábia nem inteligente; a raposa é astuta. Astúcia é a habilidade de enganar; astúcia é manha, esperteza. Zélia Duncan diz isso na letra de uma música: Astúcia, astúcia/O que te faltou foi astúcia/Pra roubar meu coração faltou muito pouco/Era só ter procurado no outro bolso. Astucioso é o cara que procura no outro bolso; é o cara que sabe como roubar. Isso explica por que a astúcia é ainda tão valorizada no Brasil: porque representa uma maneira fácil de conquistar as coisas, de subir na vida.

Se vocês perguntarem a alguém como se ganha eleições, se com sabedoria, com inteligência ou com astúcia, a pessoa certamente optará por esta última alternativa, atrás da qual estão séculos de safadeza e de corrupção. Mas é que as duras condições da vida em nosso país, a pobreza, a desigualdade, deixaram esta lição: para sobreviver é preciso ser astuto, esperto. É muito glamouroso ser inteligente, é digna de admiração a pessoa sábia; mas, quando se trata de salvar a pele, o melhor mesmo é a astúcia.

Compreensível. Mas não satisfatório. Nós só chegamos à verdadeira maturidade quando a astúcia reconhece a importância da inteligência e quando esta é um recurso para atingir a sabedoria. Um Brasil sábio deveria ser o nosso objetivo maior.

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Resenha crítica - Operadores argumentativos, adjuntos e advérbios.

 

Antes da liberdade

 


"Antes da Liberdade" é um testemunho literário sensível, escrito sob o ponto de vista da menina Anita. A história se passa na República Dominicana e abrange os anos de 1960 e 1961. Anita, a narradora, nasceu e vive sob o jugo do ditador Rafael Trujillo. Estuda na escola americana e convive com filhos de diplomatas e de altos funcionários do corpo diplomático. É uma menina cheia de alegria e curiosidade. Seu pai sempre diz que a "curiosidade é sinal de inteligência". No entanto, em tempos sombrios fazer perguntas pode se tornar uma grande armadilha. A opressão se acirra e sabe-se há um grupo lutando pelo fim da ditadura.

A família de Anita está envolvida de corpo e alma nesta questão. Seus tios acabam partindo para os Estados Unidos. Será esta a única solução? Seus pais acreditam que é preciso resistir e assistir às mudanças políticas em seu próprio país, visto que consideram os que partem covardes e alienados.

Em meio a tanto tumulto de ordem social e política, como ficam os sonhos de uma menina de doze anos? Como reage Anita, que de um momento para o outro se vê às voltas com a violência e o clima de conspiração? São questões que a autora desse romance desenvolve com habilidade e talento.

O livro toca em uma questão de imensa importância, pois falar em ditadura é sempre muito complexo. Embora apresentado sob a perspectiva da ficção, há uma reflexão real acerca do que foi vivenciado pela autora.

Qualquer regime ditatorial expõe a sociedade a uma série de problemas, mas, para a mulher, a vigilância é ainda maior, uma vez que esta carrega os estigmas de gênero que a colocam no lugar da moralidade.

"Antes da Liberdade" é uma narrativa marcante e uma leitura envolvente. Seu estilo literário muito bem delineado revela a maturidade da autora ao lidar com um tema tão complexo e delicado. Julia Alvarez nasceu na República Dominicana e realmente viveu sob o regime do ditador Rafael Trujillo. Atualmente vive como escritora nos Estados Unidos.

 

https://educacao.uol.com.br/resenhas/antes-da-liberdade.htm

(Com adaptações para fins pedagógicos)

terça-feira, 13 de abril de 2021

Atividade - 6º ano

 

Caça ao tesouro

 Desde pequenas, sabemos que os piratas dão a vida para encontrar tesouros. E nós ficamos impressionadíssimas quando nosso pai disse em nossa primeira viagem à Antártica que iríamos procurar um tesouro deixado anos atrás por ele e seus amigos em um lugar chamado Pleneau. Pensávamos: “Pleneau, onde ficava esse lugar? O que será que é esse tesouro? Como iríamos encontrá-lo no meio da neve?” Estávamos curiosas. Não conseguimos descobrir mais nada. O que sabíamos era que, quando esse tesouro foi guardado, cada um do grupo de amigos do nosso pai escolheu uma coisa que gostava para deixar escondida, e também que tudo estava dentro de uma caixa laranja. Provavelmente a caixa era desta cor para ficar mais fácil de ser encontrada no gelo.

Contávamos com a ajuda de um GPS, mas, como nosso pai dizia, tínhamos que ter sorte, porque ele tem uma margem de erro de até 10 metros. Isso representa muito trabalho no meio daquela neve toda! Começamos a cavar o buraco torcendo para encontrar logo. Cavamos, cavamos e cavamos e, quando ninguém mais aguentava cavar, nosso pai continuou sozinho.

A escavação durou mais três dias e, é claro, o único que continuou cavando foi nosso pai. A essa altura, o que fazíamos era ficar reclamando porque ele não havia encontrado nada ainda! Mas, finalmente, depois de cavar um buraco do tamanho de um elefante, nós vimos a tal da caixinha laranja e começamos a gritar.

Tivemos duas grandes surpresas. Uma era que havia uma dura placa de gelo por cima da caixa. Podíamos vê-la, mas era impossível chegar até ela. Mais trabalho para o nosso pai... Foi duro, mas finalmente conseguimos alcançá-la! A outra surpresa era que, depois de quase explodirmos de alegria, ficamos paralisadas, não pelo frio, mas porque vimos dentro da caixinha apenas uma garrafa de uísque, uma Bíblia, um cabo azul, um pouco de dinheiro e algumas fotos. Ficamos sem graça... e a Marininha foi quem perguntou: “Mas pai, cadê as joias, as pérolas e os colares de diamantes?”

A sensação de decepção durou alguns dias porque tinha dado muito trabalho para achar. Mas nós tivemos uma ideia: fazer um tesouro para deixar escondido no mesmo lugar. Ali colocamos coisas que nós gostamos, como pequenos brinquedos, presilhinhas de cabelo e desenhos feitos por nós. Assim, já teríamos um bom motivo para voltar para lá. E esse tesouro nós mesmas fizemos e nosso pai nos ajudou a escondê-lo num lugar secreto. Esse, sim, se tornou um tesouro de verdade para nós.

(Laura, Tamara e Marininha Klik. Férias na Antártica. São Paulo: Grão, 2010, p.24-5.)


 

EXPLORANDO O GÊNERO 

QUESTÃO 01. No texto, as narradoras relatam um episódio marcante da viagem.

 

a) Qual era a grande expectativa delas nesse episódio?

b) Quem foi o responsável por estimular a imaginação das crianças?


QUESTÃO 02. Com as escavações, o tesouro não foi encontrado imediatamente, o que causa suspense na narrativa.

a) Quanto tempo durou a espera das narradoras?

b) Que obstáculos tiveram que ser enfrentados durante esse tempo?


QUESTÃO 03. O tesouro finalmente foi resgatado.

a) O que as meninas sentiram ao ver o conteúdo da caixa?

(     ) raiva

(     ) decepção

(     ) entusiasmo

 

Explique: 




sexta-feira, 9 de abril de 2021

A grama do vizinho...

 

A grama do Vizinho




 

Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco.

Há no ar certo queixume sem razões muito claras. Converso com mulheres que estão entre os 40 e 50 anos, todas com profissão, marido, filhos, saúde, e ainda assim elas trazem dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo estando tudo bem.

De onde vem isso? Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu irmão, o poeta Antonio Cícero, uma música que dizia:

“Eu espero/ acontecimentos/ só que quando anoitece/ é festa no outro apartamento”.

Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das características da juventude:

considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho.

As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos e falsas notícias. Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraquezas, então fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando na verdade a festa lá fora não está tão animada assim. Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente.

Só que os motivos pra se refugiar no escuro raramente são divulgados. Pra consumo externo, todos são belos, sexys, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores.

“Nunca conheci quem tivesse levado porrada/ todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo”.

Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela perfeição alheia, e olha que na época em que ele escreveu estes versos não havia esta overdose de revistas que há hoje, vendendo um mundo de faz-de-conta. Nesta era de exaltação de celebridades – reais e inventadas – fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça. Mas, tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Será tão gratificante ter um paparazzo na sua cola cada vez que você sai de casa? Estarão mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes enquanto só você está sentada no sofá pintando as unhas do pé? Favor não confundir uma vida sensacional com uma vida sensacionalista.

As melhores festas acontecem dentro do nosso próprio apartamento.

 

(Autora: Martha Medeiros – jornalista e escritora)


quarta-feira, 7 de abril de 2021

Resenha - Pantera negra

 

PANTERA NEGRA: CRÍTICA



Com sua estreia na Fantastic Four #52, em julho de 1966, Pantera Negra comprovava mais uma vez a capacidade dos quadrinhos de captar a situação social ao traduzir em cores e ação o Movimento pelos Direitos Civis nos EUA. Mais de 50 anos depois, o herói ganha seu filme solo não apenas para atender à necessidade por diversidade e representatividade no cinema. Pantera Negra é um manifesto cultural, sem medo de falar sobre as questões raciais nos EUA, passadas e atuais, ao mesmo tempo em que faz um filme de super-herói empolgante e universal.

Ryan Coogler, o diretor (também responsável por Creed: Nascido para Lutar e Fruitvale Station: A Última Parada), diz que, apesar da estrutura de blockbuster, esse é seu filme mais pessoal. “Para mim, lida com a pergunta que tenho me feito desde que era jovem: o que significa ser africano?”, explica. O aprendizado do cineasta, que escreve o roteiro ao lado de Joe Robert Cole, é traduzido no encantamento por Pantera Negra e seu universo. A “fórmula da Marvel” se torna uma oportunidade de gritar mais alto, permeando a linguagem preestabelecida por um poderoso subtexto. 

Até mesmo o vilão, uma questão problemática no universo cinematográfico da Casa das Ideias desde Homem de Ferro (2008), é usado a favor da trama. Erik Killmonger (Michael B. Jordan) é o reflexo de T'Challa (Chadwick Boseman), mas Coogler subverte positivamente o clichê do herói contra si mesmo para estabelecer um paralelo rico e oportuno. Killmonger não é apenas um obstáculo a ser superado para que o Pantera acredite na própria força. Ele é o outro lado da moeda, uma oportunidade de reflexão sobre o legado de Wakanda e o alcance da sua responsabilidade. As ações do passado, tomadas por T'Chaka (John Kani) e N'Jobu (Sterling K. Brown), o pai de Killmonger, reverberam no presente, mas cabe a nova geração levar a nação adiante. Da sua imagem espelhada, T'Challa confronta erros para ser não apenas um herói, mas um líder melhor.

Esse peso social que Pantera Negra carrega em cada cena, desde o prólogo que explica em minutos todos os conceitos necessários para o entendimento da história, não interfere na sua capacidade de entreter. Com um roteiro redondo, Clooger e Cole posicionam personagens e situações para encontrar leveza. Shuri (Letitia Wright), a irmã mais nova de T'Challa, Garra Sônica (Andy Serkis), o vilão apresentado em Vingadores: Era de Ultron, e o agente Everett K. Ross (Martin Freeman) são responsáveis pelo humor mais descarado, mas a boa construção dos personagens evita que as piadas sejam gratuitas. É o que também explica a ausência de coadjuvantes descartáveis no filme. Um micro universo é criado em torno da espiã Nakia (Lupita Nyong'o), da líder das Dora Milaje Okoye (Danai Gurira), dos guerreiros M'Baku (Winston Duke) e W'Kabi (Daniel Kaluuya), e da rainha-mãe Ramonda (Angela Bassett), de forma que suas existências não se limitam às necessidades do protagonista. Mais do que criar Wakanda, é preciso povoá-la.

A consistência dada aos personagens pelo roteiro e as atuações contorna a insegurança de Coogler ao trabalhar com efeitos visuais. Fica claro no contraste entre as cenas externas em Wakanda e nas ruas da Coreia do Sul que o diretor fica mais à vontade em espaços práticos e urbanos, onde dá agilidade às cenas de ação, seja em um cassino clandestino ou em uma perseguição de carros. Quando precisa lidar com o Chroma Key para dar vida ao país fictício, os cenários perdem a profundidade, a câmera não se arrisca, tornando óbvio o uso da computação gráfica. Cabe ao colorido figurino de Ruth E. Carter, baseado nas artes de Jack Kirby, a tarefa de dar personalidade à nação, criando tribos e líderes para um mundo tão tecnológico quanto ancestral. A trilha de Ludwig Göransson, com consultoria musical de Kendrick Lamar, também trabalha dentro desse conceito, misturando sons convencionais e músicas africanas.

Coogler encara Pantera Negra como uma declaração da importância do imaginário na formação de uma sociedade plural e inevitavelmente faz um filme histórico. Seu herói é forte, ágil, justo e está pronto para ser admirado por uma geração de crianças e adultos e se tornar uma das figuras centrais no futuro do universo cinematográfico da Marvel.

https://www.omelete.com.br/filmes/criticas/pantera-negra-critica#:~:text=Da%20sua%20imagem%20espelhada%2C%20T,na%20sua%20capacidade%20de%20entreter.